Disciplina - Filosofia

Filosofia & Ciências

06/05/2011

Coleção Explorando o Ensino - Filosofia

O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), dá continuidade à distribuição da Coleção Explorando o Ensino. Em 2011, a coleção teve sua abrangência ampliada para toda a educação básica, privilegiando também os professores dos anos iniciais do ensino fundamental com seis volumes – Língua Portuguesa, Literatura, Matemática, Ciências, Geografia e História – além da seqüência ao atendimento a professores do ensino médio, com os volumes de Sociologia, Filosofia e Espanhol. Esses nove volumes estarão chegando às escolas públicas municipais, estaduais, federais e do Distrito Federal e também para as secretarias estaduais e municipais de educação no início do 2° semestre letivo de 2011.
Planejada em 2004, a coleção era direcionada aos professores dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Entre 2004 a 2006 foram encaminhados oito volumes – Matemática, Química, Biologia, Física e Geografia: O Mar no Espaço Geográfico Brasileiro. Em 2009, foram cinco volumes – Antártica, O Brasil e o Meio Ambiente Antártico, Astronomia, Astronáutica e Mudanças Climáticas.
Essa coleção tem como objetivo apoiar o trabalho dos professores em sala de aula, oferecendo-lhes um material científico-pedagógico que contemple a fundamentação teórica e metodológica e proponha reflexões nas áreas de conhecimento das etapas de ensino da educação básica e, ainda, sugerir novas formas de abordar o conhecimento em sala de aula, contribuindo para a formação continuada e permanente do professor.
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Sobre o volume de Filosofia

Com o objetivo de oferecer material de aprofundamento da prática didática e de auxílio à formação continuada para professores de filosofia do Ensino Básico, o presente volume da Coleção Explorando o Ensino reúne contribuições de alguns dos mais significativos especialistas na área de filosofia e seu ensino no País. O livro é dividido em três partes, sendo a primeira parte dedicada à edição de uma entrevista que, articulando as falas e a história de três gerações de professores de filosofia, se propõe a traçar o perfil, em termos comparativos, de três momentos do ensino da filosofia no Brasil.
A segunda parte é estruturada em diversos textos que apresentam cada um uma diferente área de trabalho em filosofia, de modo a tanto subsidiar o professor do ensino médio em suas propostas de aula como mesmo a consolidar sua formação no tema específico. Gabriele Cornelli enfrenta a problemática de se estudar filosofia antiga no Brasil e da relevância deste estudo num País situado na outra margem do pensamento ocidental. Aborda a questão como uma oportunidade/desafio enquanto discute o que seja filosofia antiga e como buscar caminhos para ensiná-la, especificamente através dos diálogos de Platão. Juvenal Savian Filho trata da pertinência e do sentido histórico-filosófico do termo medieval, assim como das limitações impostas por esse conceito. Faz considerações sobre os mal-entendidos e clichês a respeito do pensamento medieval, abordando a questão da continuidade com o período antigo e a modernidade e da relevância do estudo da filosofia medieval. Olgária Matos apresenta o pensamento de Walter Benjamin inscrito na história da filosofia como uma reflexão sobre o mundo cultural e histórico, em particular a partir do século XIX. A importância da memória e do passado, das experiências de vida e de pensamento que os indivíduos desenvolvem em suas relações com seus contemporâneos e com os valores herdados da tradição são os temas centrais de sua abordagem. Marcelo Carvalho aborda as dificuldades de se trabalhar com filosofia da lógica e da linguagem no contexto escolar. A partir disso, tece uma exposição sobre a principal obra de Wittgenstein, o Tractatus logico-philosophicus, sublinhando sua importância no debate contemporâneo e expondo de forma sintética a discussão contida neste volume sobre as possibilidades e limites da linguagem. Priscila Rufinoni inicia sua contribuição explorando o significado do termo estético e pontuando-o como uma forma do conhecer em geral. Sugere, em seguida, caminhos de abordagem temática: a estética como experiência sensorial, como filosofia da arte e como experiência existencial, histórica e política, sugerindo estratégias de abordagem para cada uma destas veredas. Plínio Smith anota que, desde o surgimento da ciência, o homem concebeu várias mudanças no seu lugar na natureza e em sua visão a respeito desta. No entanto, afirma ser preciso perguntar se a ciência cumpriu com a expectativa gerada por sua evolução. No âmbito dessa discussão, aborda o surgimento da teoria do conhecimento na antiguidade clássica e helenística, seus desenvolvimentos na modernidade e sua importância na contemporaneidade. Também elenca distinções nas diversas definições de conhecimento e sobre questões fundamentais como crença, verdade e justificação.
A terceira parte é dedicada mais precisamente à abordagem das questões teóricas inerentes ao ensino de filosofia hoje no Brasil. Silvio Gallo abre esta parte discutindo as justificativas que defenderam a volta da filosofia aos currículos e realçando a possibilidade de uma sustentação destas justificativas nos contextos da promoção de uma visão crítica do mundo, da cidadania, ou da interdisciplinaridade. Filipe Ceppas faz uma análise da história do ensino de filosofia no Brasil, tentando explorar, a partir de uma perspectiva histórica e um pequeno conjunto de referências, a pergunta sobre a relevância ou os sentidos do ensino de filosofia em nível secundário. Acrescenta a esta exploração a indicação de algumas consequências para a formação  de professores de filosofia, produzidas por três formas distintas de se responder a esta pergunta: a forma da educação, da história e da filosofia. Márcio Danelon enfrenta, com base nas orientações oficiais, a importância de uma discussão verdadeiramente filosófica sobre o que é a filosofia e as consequências que surgem a partir de como essa discussão é levada a cabo. Também discute a especificidade da filosofia enquanto reflexão e dos possíveis usos que a filosofia pode ter dentro do ambiente escolar, assim como os compromissos que cada um destes usos assume na prática educativa. O texto refere-se à questão da emancipação do indivíduo, de como tal exigência de emancipação, característica do ideal democrático, cria exigências para o ensino de filosofia. Walter Omar Kohan aprofunda a compreensão de emancipação, apresentando as teses principais de Adorno a respeito da relação entre educação e emancipação. Além disso, coloca em questão o pensar a emancipação no contexto da obra de J. Rancière, tirando algumas consequências destas análises, para pensar o lugar da emancipação no campo do ensino de filosofia no Brasil.
A articulação das três partes resulta numa proposta de leitura que permita ao professor de filosofia no ensino médio afinar seu posicionamento profissional e intelectual em tempos de redefinição do lugar da filosofia enquanto disciplina curricular obrigatória. A intenção dos organizadores é que este livro possa suscitar no professor o desejo de seguir pensando a filosofia e sua atividade de ensino como uma prática em continua mudança. E que faça surgir, portanto, a necessidade de um movimento pessoal de atualização e revisão constantes. Pois a responsabilidade da filosofia na sociedade e na escola permanece a mesma desde suas origens: contribuir com o processo de construção da autonomia crítica dos cidadãos, ensinando às novas gerações a repensar continuamente o mundo com suas próprias cabeças, a abrir espaços para sair de todas as cavernas, de todos os entraves à apreensão livre e crítica do viver. (Fonte: Coleção Explorando o Ensino - Filosofia)
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